Review – KEEPER
Quem diria que controlar um farol seria algo tão emocionante?
Em Keeper, assumimos o papel do próprio farol, acompanhado por uma ave misteriosa que aos poucos se torna uma verdadeira companheira de jornada. Mesmo sem uma única palavra falada, o jogo consegue transmitir sentimentos profundos apenas com seus visuais, pequenas cutscenes e a interação silenciosa entre os dois perosnagens. É impressionante como, sem dizer nada, ele expressam tanto.
A história, que está longe de ser o foco aqui, é simples: salvar um mundo tomado por uma corrupção sombria. Simples até demais? Talvez. Mas Keeper abraça isso com uma sinceridade rara, e o resultado é algo bonito, quase poético. É o tipo de jogo perfeito para se experiência após um longo dia de trabalho, sentar em sua poltrona e iniciar a jogatina. Ele não quer te estressar, não quer te provar nada, só te colocar em um universo que parece respirar calma, contemplação e propósito.
Visualmente, Keeper é um espetáculo. Cada novo cenário parece digno de um wallpaper, e o design das criaturas, especialmente as corrompidas, é um show à parte, com formas e cores que misturam melancolia e beleza. É o tipo de jogo que te faz parar só pra apreciar a paisagem. Os puzzles estão exatamente no ponto, simples o bastante pra não quebrar o ritmo, mas inteligentes o suficiente pra não se tornarem repetitivos. Eles se encaixam naturalmente no fluxo da exploração, sem nunca parecer um obstáculo forçado.
Rodando numa RTX 4060 Ti, 16 GB de RAM e um Ryzen 5600, o jogo mostrou ser bem pesado, algo que pode afastar quem tem um PC mais modesto. É curioso ver um game tão “leve” em proposta exigir tanto da máquina, mas felizmente, quando tudo flui bem, a experiência é impecável. E o melhor: Keeper está disponível no Game Pass, o que torna ainda mais acessível (para quem ainda não paga os valores novos…) embarcar nessa aventura.

Com uma duração de cerca de quatro a cinco horas, Keeper não tenta se estender além do necessário. Cada momento parece cuidadosamente pensado pra te manter imerso, sem exageros, sem pressa. É uma obra que lembra Journey e ABZÛ em sua simplicidade e beleza, mas que ainda assim consegue ser algo próprio, uma mistura de isolamento e reconexão que ecoa até mesmo Death Stranding, de certa forma.
No fim, Keeper é aquele tipo de jogo que parece não fazer sentido na indústria atual, e justamente por isso é tão especial. Ele existe contra todas as probabilidades, com alma, imaginação e uma sensibilidade que a Double Fine raramente deixou tão à flor da pele. Não é um jogo pra todos, mas pra quem se deixa tocar por experiências mais contemplativas, ele é uma pequena joia.




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