Review – Final Fantasy XVI (Windows PC)

Thanks to Square Enix for sponsoring this – Chave cedida pela Square Enix para versão de Windows/Xbox

FINAL FANTASY XVI estabelece um ponto de inflexão na série ao abraçar totalmente o Action RPG e mergulhar em um tom sombrio e adulto, uma clara mudança em relação aos seus antecessores. A história de Clive Rosfield, um guerreiro em busca de vingança, é o cerne de uma narrativa intensa que revisita as raízes clássicas da franquia ao explorar temas complexos como política, guerra e tragédia pessoal em um mundo onde o destino é decidido pelos poderosos Eikons e seus hospedeiros, os Dominantes. Desde o início, o jogo entrega uma experiência de fantasia de alta qualidade, concebida para ser um espetáculo cinematográfico.

O grande triunfo de FFXVI reside na sua escala visual e nas batalhas de Eikons. Os confrontos entre essas entidades colossais são o ponto alto da produção, oferecendo um espetáculo de ação e direção que remete a grandes produções de cinema. A transição para o combate em tempo real é o maior destaque do gameplay. O sistema é ágil e profundo, focado na performance do jogador, lembrando títulos do gênero character action. Clive utiliza um vasto arsenal de habilidades Eikônicas que podem ser misturadas e combinadas livremente, permitindo aos jogadores customizar e refinar seu estilo de luta. Para quem busca uma experiência mais focada na trama, o modo Foco na História simplifica a execução de combos e desvios, garantindo a acessibilidade.

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Apesar da excelência na ação, o título simplifica notavelmente seus elementos de RPG tradicional. A progressão de gear e crafting é linear, sem a complexidade de builds de outros RPGs, já que o jogador sempre buscará a arma mais forte disponível no momento. A diversidade de gameplay se concentra, assim, na customização dos poderes Eikônicos e acessórios, não na escolha de equipamentos. Essa simplificação pode ser vista como um sacrifício em favor da acessibilidade e do foco na ação fluida, mas representa uma quebra com a tradição de complexidade de sistemas da franquia.

Em termos de exploração, as áreas de campo aberto podem parecer vazias em alguns momentos, servindo mais como espaços de transição do que de exploração densa. Contudo, o jogo investe na humanização do mundo através das missões secundárias. Embora estruturalmente simples — muitas são variantes de “vá e pegue” —, elas são frequentemente enriquecidas com diálogos detalhados que aprofundam a relação de Clive com os habitantes de Valisthea e a própria ambientação. O recurso de marcar side quests mais substanciais com um sinal de mais (+) é uma excelente adição de qualidade de vida.

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A narrativa é o pilar de sustentação do jogo, cativando o jogador com mais de 11 horas de cenas cinemáticas de altíssimo nível. A trama política e pessoal é envolvente, recheada de reviravoltas (cliffhangers) que mantêm o interesse constantemente alto. Para gerenciar a complexidade do enredo, o recurso Active Time Lore (ATL) se destaca como uma ferramenta inovadora, permitindo a consulta imediata a detalhes de personagens e eventos durante as cutscenes, garantindo que o jogador se mantenha informado sobre a política de Valisthea, sem se perder durante tanta gameplay.

Com uma produção visual estonteante, uma das melhores trilhas sonoras de seu ano e dublagem de alto nível, FINAL FANTASY XVI é uma experiência imersiva e memorável. Vai talvez assustar alguns fãs mais nostálgicos, mas equilibra uma narrativa adulta e complexa com um sistema de combate de ação moderno, mostrando que a franquia é capaz de se reinventar de forma grandiosa, mesmo que isso implique em uma simplificação de seus elementos RPG mais tradicionais.

Final Fantasy XVI

Final Fantasy XVI
9 10 0 1
Review por Mayra Dantas.
Review por Mayra Dantas.
9/10
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Fã de um pouco de tudo da cultura pop: cinema, games, animes, HQs e criador do Expresso Nerd

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